Algar Telecom

Desempenho

Conjuntura Econômica

A primeira metade do ano de 2012 foi marcada pelas incertezas impostas pela economia internacional, recorrentes da crise europeia. As dúvidas sobre a fragmentação do bloco afetaram o desempenho da atividade econômica mundial ao longo de todo o período e continuam sendo um dos principais fatores de risco para 2013. Não obstante, a lenta recuperação da economia norte americana e a redução da taxa de crescimento na China contribuíram para a deterioração das expectativas dos agentes econômicos.

A economia doméstica, assim como as demais economias emergentes, foi afetada por tal cenário. A autoridade monetária e o Governo agiram no sentido de utilizar medidas anticíclicas para conter a redução da atividade industrial. Ainda que o segundo semestre tenha apontado uma sinalização de reação, o resultado no ano decepcionou. O PIB teve crescimento de 0,9% no ano, resultado bem abaixo das expectativas feitas no ano anterior, que previam alta de 3%. Ainda mais preocupante do que o número final foi perceber a redução nos investimentos, item fundamental para o crescimento e mitigação de eventuais gargalos de infraestrutura. Entre as principais medidas adotadas pelo Governo, figuraram a renúncia fiscal temporária para determinados setores e a contínua redução da taxa básica de juros, que passou de 11,5% ao final de 2011 para 7,25% no encerramento de 2012.

Contudo, 2012 não foi um ano perdido e o mercado de trabalho manteve-se como um dos pilares da economia doméstica, contribuindo para a manutenção do consumo das famílias. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego fechou o ano em 4,6%, atingindo o menor nível histórico, e a taxa média de desemprego no mesmo período foi de 5,5%. A renda média do trabalhador subiu 4,1% ante 2011, que registrou aumento de 2,7%.

O crédito ao setor privado alcançou R$ 2,2 bilhões no ano de 2012, 15% maior que o ano anterior, o que corresponde a 95% do saldo total de crédito do sistema financeiro. Empréstimos ao segmento de outros serviços aumentaram 3,7%, com destaque para os ramos de energia, telecomunicações e transportes.

Mesmo com um cenário econômico desfavorável, o Brasil fechou o ano com 342 milhões de acessos de telecomunicações (telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por assinatura) segundo dados da Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), o que equivale a um crescimento de 9,7% em relação ao ano anterior. A maior demanda foi em TV por assinatura, que teve 16,2 milhões de acessos, 27% a mais que o registrado em 2011, seguida por banda larga, telefonia móvel e telefonia fixa, que tiveram aumento de 10%, 8% e 2%, respectivamente.

O segmento de telefonia móvel, que representa a grande parcela do setor, com 76,5% dos acessos, encerrou o ano de 2012 com mais de 261,7 milhões de linhas ativas, sendo 80,5% pré-pagos e 19,5% pós-pagos. Foram habilitadas 19,5 milhões de linhas no ano, o que evidencia aumento de 8% em relação ao ano anterior. A teledensidade no Brasil foi de 132,78 linhas por 100 habitantes em 2012, 7,19% a mais que o ano anterior. As linhas com a tecnologia 3G (terceira geração), que tem acesso à banda larga móvel, totalizaram 22,6% da base, representando 59,2 milhões de acessos no ano.

Análise econômica-financeira

Unidades Geradoras de Receitas – UGRs (mil)

Unidades Geradoras de Receitas – UGRs (mil)

Telecom

Em 2012, a Algar Telecom contava com 2,3 milhões de Unidades Geradoras de Receitas (URG) em seu segmento de Telecom, o que representa evolução de 16,0% em relação a 2011.

Telefonia fixa

Alcançou 1.070 mil linhas fixas. O crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior foi impulsionado tanto pela área de concessão quanto pela autorização. Na concessão, onde a atuação da Companhia é predominantemente no segmento varejo, as linhas fixas passaram de 693 mil para 760 mil, o que reflete a boa aceitação dos pacotes que combinam telefonia fixa, banda larga e TV. Na área de autorização, em que a Companhia atua no segmento corporativo, o crescimento foi de 33,9%, passando de 231 mil linhas para 310 mil, evidenciando a crescente conquista de clientes nas cidades em torno de seu backbone.

Banda larga

Atingiu 420 mil acessos, o que equivale a um aumento de 26,3% em relação a 2011 e evidencia a confiança dos clientes no foco de qualidade da Companhia. Contribuíram para este crescimento os planos de internet Ultra Banda Larga, de até 100 Mbps, disponibilizada via rede de cabo HFC (rede híbrida de fibra óptica e cabos coaxiais) e GPON. Na tecnologia 3G, importante complemento de oferta, o número de clientes passou de 56 mil em 2011 para 93 mil em 2012, evolução de 65,0%.

Telefonia móvel

O número de clientes somou 674 mil, aumento de 10,2% em relação a 2011. O segmento pós-pago apresentou crescimento de 2,7%, passando de 205 mil clientes, em dezembro de 2011, para 211 mil em 2012. O pré-pago, por sua vez, apresentou incremento de 13,9% e totalizou 463 mil clientes. Ao final de 2012, a Algar Telecom tinha 31% dos seus clientes móveis alocados em planos pós-pagos e ARPU (Receita Média por Usuário) de R$ 32,40.

TV por assinatura

Os serviços somaram 113 mil clientes ao final de 2012, aumento de 20,2% se comparado a 2011. Em dezembro de 2012, a Companhia oferecia 44 canais HD tanto para planos de TV a cabo quanto satélite.


Receita bruta consolidada

No encerramento do exercício de 2012, a receita bruta consolidada somou R$ 2.338,7 milhões, montante 8,4% superior à de 2011, impulsionada, principalmente, pelos serviços de banda larga (35,4%), engenharia de telecomunicações (29,1%), voz e dados para o mercado corporativo da área de autorização (18,2%) e tecnologia de processos de negócios (13,1%). O perfil da receita evoluiu em linha com o planejamento estratégico da Companhia. Ao final de 2012 apenas 39% das receitas totais eram oriundas de voz, 33% já eram originárias de dados e banda larga, 19% de serviços de tecnologia de processos de negócios, 4% de TV, e 5% de outros serviços.

Receita bruta consolidada


Telecom

As receitas de serviços de Telecom contribuíram com 76% da receita total da Companhia em 2012, totalizando R$ 1.770,4 milhões, crescimento de 6,7% em relação a 2011. Este aumento foi resultado, sobretudo, de maiores receitas de soluções de voz e dados ao mercado corporativo da área de autorização, banda larga e telefonia móvel, os quais mais do que compensaram a queda de receitas de tráfego local, longa distância e cartões da telefonia fixa.

Tecnologia de processos de negócios

A receita bruta consolidada do segmento de Tecnologia de processos de negócios (19% da receita total) contabilizou R$ 444,2 milhões em 2012, aumento de 13,1% em comparação a 2011, quando foram registrados R$ 392,7 milhões. O crescimento foi decorrente de receitas de serviços de terceirização de processos maiores em 9,5% e do aumento de 34,8% nas receitas de TI. Ao final de 2012, os serviços de TI representavam 21,0% das receitas totais deste segmento.

Negócios complementares

Ao final de 2012, a receita bruta consolidada gerada pelos Negócios complementares da Algar Telecom somou R$ 124,1 milhões - comparados aos R$ 104,5 milhões apurados em 2011, o incremento foi de 18,8%. Destaca-se o negócio de engenharia de telecomunicações, que apresentou crescimento de 29,1%. O de listas e guias telefônicos, por sua vez, evoluiu 3,7%.

Receita operacional líquida

Em 2012, a receita operacional líquida da Algar Telecom atingiu R$ 1.811,5 milhões, evolução de 7,7% em relação a 2011 em razão dos movimentos citados anteriormente.

Custos e despesas operacionais

R$ milhões

SUMÁRIO FINANCEIRO CONSOLIDADO 2011 2012 % var.
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS (1.271,1) (1.359,0) 6,9%
Pessoal (544,9) (572,8) 5,1%
Materiais (43,7) (45,5) 4,0%
Serviços de terceiros (286,9) (347,2) 21,0%
Interconexão (210,1) (176,6) -15,9%
Meios de Conexão - EILD (39,6) (44,7) 12,7%
Propaganda e Marketing (29,7) (29,9) 0,5%
PCLD (16,7) (25,9) 55,0%
Outros* (99,3) (116,4) 17,2%

* Inclui outras receitas (despesas) operacionais.

Os custos e despesas operacionais (excluindo depreciação e amortização) somaram R$ 1.359,0 milhões em 2012. O aumento de 6,9% é resultado, sobretudo, de:

EBITDA

R$ milhões

EBITDA e margem 2011 2012 % var.
Telecom 361,8 376,3 4,0%
margem
29% 29% -
Tec. de processos de negócios 36,1 58,9 63,4%
margem
9% 13% -
Negócios complementares 13,1 16,2 23,4%
margem
8% 8% -
EBITDA CONSOLIDADO 411,1 452,3 10,0%
margem
24% 25% -

O EBITDA dos serviços de Telecom somou R$ 376,3 milhões em 2012, aumento de 4,0% em relação ao registrado em 2011. A margem, por sua vez, permaneceu praticamente estável, em 29%.

O segmento de Tecnologia de processos de negócios apresentou EBITDA de R$ 58,9 milhões no mesmo período, o que significa aumento de 63,4% na comparação com o resultado de 2011. A margem foi de 13%, ante 9% em 2011. Tal ganho decorre, principalmente, da melhor performance operacional, advinda de projetos de eficiência e qualidade, e do Plano Brasil Maior, que desonerou a folha de pagamentos para serviços de contact center.

O EBITDA dos Negócios complementares foi de R$ 16,2 milhões no ano, 23,4% maior que o de 2011, e margem de 8%, estável em relação ao ano anterior.

Como consequência dos movimentos citados acima, o EBITDA consolidado em 2012 foi de R$ 452,3 milhões, 10,0% superior ao de 2011. A margem consolidada foi de 25%, 0,6 pp superior à do ano anterior.

Resultado financeiro líquido

As despesas financeiras líquidas da Algar Telecom somaram R$ 82,4 milhões em 2012, queda de 5,8% em relação às de 2011 em razão, principalmente, da queda na taxa média do CDI.

Lucro líquido

A Companhia apresentou lucro líquido consolidado de R$ 141,0 milhões no exercício social encerrado em 2012, ante R$ 144,4 milhões em 2011. A margem foi de 7,8% em 2012 e 8,6% no ano anterior. Contudo, no ano de 2011 o lucro líquido da Companhia foi impactado positivamente por um efeito não recorrente no valor de R$ 17,1 milhões referente a tributos diferidos sobre créditos fiscais. Excluindo este efeito o resultado de 2011 é de R$ 127,3 milhões, o que representa uma evolução de 10,8% no comparativo 2012 ante 2011 e aumento de 0,2 p.p. na margem líquida.

Endividamento

Cronograma de amortização da dívida bruta

Cronograma de amortização da dívida bruta

Ao final de 2012, a dívida bruta da Algar Telecom era de R$ 925,5 milhões, ante R$ 814,8 milhões em 2011. A dívida líquida, por sua vez, era de R$ 738,7 milhões, ante R$ 636,5 milhões do ano anterior. O aumento da dívida líquida, de R$ 102,2 milhões, é explicado pelas captações efetuadas para financiar parte dos investimentos do ano, os quais somaram R$ 350,8 milhões.

Em 2012, a Companhia concluiu com sucesso a 2ª emissão pública de debêntures não conversíveis. A emissão, ocorrida em novembro de 2012, resultou na captação de R$ 293,9 milhões divididos em duas séries. A primeira, com prazo de cinco anos e remuneração em CDI + 1,40% a.a. e, a segunda, com prazo de sete anos e remuneração em IPCA + 6,00% a.a. Os recursos captados foram utilizados, em parte, para o resgate de debêntures da primeira emissão da Companhia e também para reforço do caixa. Com isto, houve uma melhoria significativa no perfil da dívida da Algar Telecom, com vencimentos melhor distribuídos nos próximos anos.

Adicionalmente, a Companhia conseguiu manter uma adequada alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, que foi de 1,6 em 2012, ante 1,5 em 2011.

Investimentos

Total de investimentos 2012: R$ 350,8 milhões

Total de investimentos 2012: R$ 350,8 milhões

Em 2012, os investimentos totalizaram R$ 350,8 milhões. Os recursos foram utilizados para suportar o crescimento das operações e reforçar o posicionamento competitivo da Companhia nos próximos anos. Do total de investimentos, 48% foram direcionados para a expansão de redes e o consequente crescimento dos serviços de dados, voz e TV. Outros 8% foram destinados para o crescimento dos serviços de tecnologia de processos de negócios e 44% para garantir a manutenção e a qualidade das operações.

DVA

Distribuição do valor adicionado (DVA) 2012:
R$ 1,4 bilhão

Distribuição do valor adicionado (DVA)

O DVA (Demonstrativo do Valor Adicionado) refere-se ao valor econômico direto gerado e distribuído pela Companhia, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governo. A Companhia gerou em 2010, 2011 e 2012, R$ 1.224 milhões, R$ 1.402 milhões e R$ 1.437 milhões, respectivamente. A maior parte destes valores foi distribuída aos associados e governo. O montante destinado aos acionistas manteve-se praticamente estável nos três últimos anos.

A parcela retida, que em 2012 representou 7% da distribuição total, é destinada aos novos investimentos e à manutenção da operação do ano subsequente, com o objetivo de prover produtos e serviços de qualidade aos clientes.

DEMONSTRATIVO DO VALOR ADICIONADO

R$ milhões

  2010 2011 2012
Receitas 1.960 2.183 2.336
Receitas de vendas 1.960 2.183 2.336
Insumos adquiridos de terceiros (621) (667) (763)
Custo das mercadorias vendidas e serviços prestados (418) (403) (489)
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (204) (264) (274)
Provisão para perda / desvalorização de ativos - - -
Valor adicionado bruto (1-2) 1.339 1.515 1.573
Depreciação e amortização (150) (145) (162)
Valor adicionado líquido (3-4) 1.189 1.371 1.412
Receitas Financeiras 35 31 25
Valor adicionado total a distribuir (5+6) 1.224 1.402 1.437
Distribuição do valor adicionado 1.224 1.402 1.437
Pessoal 394 484 573
Impostos, taxas e contribuições 548 594 584
Remuneração de capital de terceiros 151 179 139
Juros 103 119 73
Aluguéis 49 60 66
Dividendos e Juros sobre capital próprio 31 35 34
Lucros retidos no exercício 100 109 107

GRI: EC1