Relatório de Sustentabilidade 2012

Segmento de Negócios
A estratégia vertical de negócio da Algar Agro
abrange as etapas de produção e originação de
soja, esmagamento, refino e envase de óleo,
produção de farelo de soja e comercialização de
uma linha de produtos alimentícios que contempla além
do óleo de soja e produtos derivados, atomados e azeites.
Setores de Negócios
A Algar Agro, a partir de 2012, passou a utilizar o conceito de "Verticais de Negócios", de acordo com seu posicionamento na cadeia de valor da soja, para demonstrar a unificação de sua gestão e com isto dinamizar e otimizar os recursos e esforços em busca do alcance da estratégia definida. São 5 verticais de negócios: Grãos, Produtos, Alimentos, Agricultura e Pecuária.
Cadeia de Valor
Vertical de Grãos
O negócio de "Grãos" da Algar Agro abarca desde a aquisição de grãos diretamente com diferentes produtores até o escoamento ao seu destino, seja ele o processamento nas plantas de esmagamento ou entrega até o porto com destino ao mercado externo.
Mais do que compradora, a Algar Agro posiciona-se como uma gestora de soluções, que apoia o produtor rural em todas as necessidades, permitindo ao mesmo se dedicar de fato ao seu core business, que é o cultivo da soja.
O jeito de fazer negócios do Grupo Algar, baseado na construção de relacionamentos bastante próximos e duradouros, permite à Companhia manter uma carteira de fornecedores que envolve mais de 2,5 mil produtores rurais atendidos.
A Companhia possui agentes de campo estrategicamente distribuídos nas principais regiões de originação da soja do País: Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí e Tocantins.
Em contato direto com os produtores no dia a dia, acompanhando as diferentes etapas da safra no campo, esses profissionais têm condições de identificar de que maneira a Algar Agro pode participar ativamente do processo produtivo. O apoio pode contemplar, por exemplo, a orientação técnica para o plantio ou questões burocráticas, como o auxílio no levantamento de certidões e outros documentos exigidos para o financiamento da produção.
A baixa rotatividade da equipe de agentes de campo, um mérito da política de valorização dos Talentos Humanos, e o fato da Algar Agro ser uma Companhia brasileira, também produtora agrícola e reconhecida no mercado, contribuem ainda mais para o estabelecimento de uma relação de confiança mútua, que favorece a todas as partes. Como resultado deste processo, a Companhia originou 1,340 milhão de tonelada de soja em 2012, o que representa aumento 2,5% em relação ao ano anterior. Deste total, cerca de 40% foi destinado ao mercado externo, especialmente países da Europa e Ásia, em forma de farelo e grão. As operações de grãos no mercado externo, iniciadas em 2006 na região do MAPITO, fazem parte do plano de expansão da Companhia e são escoadas pelo Porto de Itaqui. Em 2012, um dos destaques da Companhia foi a originação na região do MAPITO que alcançou seu recorde desde que iniciou sua operação em 2006, 714 mil toneladas, um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Este volume representou um Market share de 15% do volume produzido na região segundo dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento).
Para suportar este crescimento o negócio de grãos conta com um milhão de toneladas de capacidade estática de armazenamento de grãos, distribuídos estrategicamente pelos principais pontos de originação de foco da Companhia, sendo
Vertical de Produtos
Os negócios que envolvem desde a entrada do grão nas fábricas, passando pelo processamento e destinação do produto, seja ele farelo ou óleo degomado, para venda e/ou refino, são de responsabilidade deste segmento, cujo desafio é administrar uma carteira atual de 2.650 clientes e a busca pelo crescimento no mercado do Norte/Nordeste, onde em 2012, a Algar Agro alcançou um Market share de 27%. Já na Região Sudeste, a fatia conquistada no mercado do farelo de soja foi de 13%.
O processamento da soja é feito por duas unidades estrategicamente localizadas. Com área de 406 mil m2, a Unidade Uberlândia/MG é um dos mais avançados complexos industriais de esmagamento e refino de soja do País. Possui capacidade de armazenar 180 mil toneladas de grãos e esmagar 1,8 mil toneladas de soja por dia – em 2012, o volume total somou 528 mil toneladas. A unidade está localizada próxima às principais áreas de produção dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, facilitando o acesso à produção de soja. A logística também é favorável por estar próxima aos principais centros consumidores do país (a região Sudeste é responsável por mais de 50% do PIB brasileiro). Também é favorecida por contar com grande contingente de mão de obra qualificada. Nesta vertical a força de trabalho dedicada está em torno de 130 pessoas (entre associados, trabalhadores temporários e terceirizados).
Igualmente equipada com tecnologia de ponta, a Unidade de Porto Franco, no Maranhão, inaugurada em 2012, ocupa área de 200 mil m2 e sua capacidade atual é de 60 mil toneladas para armazenamento e 1,6 mil tonelada por dia para esmagamento. No último ano, o volume total de esmagamento na unidade maranhense foi de 282 mil toneladas.
A Companhia avalia toda a matéria prima na entrada da fábrica bem como avalia a qualidade dos insumos utilizados nos processos. Em 2005 a Companhia implantou o processo de gestão de riscos focada na segurança alimentar de seus produtos em conformidade com as normas nacionais e internacionais. Dentre estas o Codex Alimentarius e o GMP Quality Control of Feed Materials.
A produção de farelo tem como foco o mercado interno por meio da marca "RaçaFort".
Componente para mistura de rações para os mais diversos animais (peixes, caprinos, ovinos, bovinos, equinos, suínos, aves e outros), o Farelo de Soja RaçaFort, vendido em sacas de 60 quilos e a granel, tem como principal cliente as Companhias de produção de proteína animal do Brasil. Em menor escala, o produto também é exportado para país da Europa, como Portugal, Holanda e Espanha, e também para a América Latina.
A qualidade do farelo de soja produzido pela Algar Agro é garantida pela certificação internacional PDV: GMP+ B2, o que significa que o produto está em conformidade com os padrões do organismo GMP+ Internacional, que determina um modelo padrão de condutas e procedimentos para resguardar a qualidade e segurança dos componentes da ração animal e, por consequência, a alimentação humana. Em 2012, a Algar Agro vendeu 614 mil toneladas de farelo de soja, sendo 400 mil toneladas na unidade de Uberlândia e o restante na de Porto Franco. Do total, 126 mil toneladas foram destinadas ao mercado externo, o que gerou negócios no valor total de cerca de US$ 55 milhões.
Vertical de Alimentos
Responsável pelos negócios de refino e envase da Algar Agro, a área de Alimentos conta com duas plantas associadas às plantas de esmagamento, a de Uberlândia, já estabelecida desde os anos 80, e a de Porto Franco, inaugurada em julho de 2012.
A linha de produtos alimentícios da Algar Agro destinada ao varejo de pequeno e médio porte tem como âncora o óleo de soja, lançado no mercado em 1989 com a marca ABC. Em 2008, uma avaliação do desempenho do produto constatou que, além da qualidade equivalente a dos grandes players do mercado, o óleo de soja da Algar Agro atraía o consumidor final por ser um produto mineiro. Com o propósito de reforçar essa identificação, a Companhia reformulou a marca, que passou a se chamar ABC de Minas. Em 2012, com a inauguração da planta de refino e envase no Maranhão, a Companhia revisou esta estratégia e decidiu pelo retorno da marca somente para ABC.
Com uma carteira de mais de 7 mil clientes, a Algar Agro é líder do mercado no estado de Minas Gerais, onde atingiu market share de 26% no último ano, o óleo de soja ABC, antes produzido apenas na refinaria de Uberlândia, passou a ser fabricado também em Porto de Franco a partir de junho de 2012. O início das atividades da segunda refinaria da Companhia facilitou a distribuição e propiciou maior participação da marca no varejo das regiões Norte e Nordeste, que até então era simbólica.
Em 2012, a produção de óleo de soja na planta de Uberlândia foi de 5,9 milhões de caixas, sendo que 95% foi consumido no próprio estado de Minas Gerais e o restante distribuído no Sudeste, em cidades de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, que ficam próximas ao estado mineiro. A produção de 1,5 milhões de caixas de Porto Franco foi destinada a dez estados do Norte e Nordeste, onde o market share do óleo de soja ABC ficou em 4%.
A linha ABC é complementada por outros quatro produtos fabricados por parceiros externos. Atualmente, além do óleo de soja, a Algar Agro leva aos consumidores finais azeite extra virgem, óleo composto, molho e extrato de tomate.
Em 2012, a ABIOVE - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, da qual a Algar Agro é associada, lançou o site "Óleo Sustentável", novo programa para coleta de óleo de cozinha usado para reciclagem. O site traz explicações sobre o programa, sobre o ciclo do óleo e um mapa com a localização dos pontos de coleta mais próximos da residência do consumidor. A seção Curiosidades esclarece sobre o uso do óleo de cozinha e sobre os destinos do óleo usado por meio de vídeos educativos e de reportagens. Os vídeos incluem receitas para a fabricação de sabão caseiro e informam que o óleo usado pode ser aproveitado para a produção de tintas, vernizes e biodiesel.
Os produtos Algar Agro ainda não possuem indicações nos rótulos quanto à utilização de terceiros, impactos e demais informações que vão além do compliance. A ABIOVE implantou o processo da coleta de óleo pós-uso no final de 2012.
Agricultura e Pecuária
As atividades de agricultura da Algar Agro estão concentradas em fazendas localizadas no Triângulo Mineiro, em dois complexos, com uma área que soma mais de 12 mil hectares. Do total de área plantada, quase 70% - o que equivale a 6.700 hectares - destina-se ao cultivo de soja. A área irrigada, alvo de projetos de ampliação nos próximos anos, corresponde a 7%. Quase toda a produção de soja em grãos é absorvida pela planta de processamento de Uberlândia. Uma pequena parcela, em torno de 5%, segue para uma unidade de beneficiamento de sementes localizada no mesmo município. O plantio de milho, cuja venda destina-se ao mercado doméstico regional, ocupa os 30% restantes de área plantada.
A pecuária de corte, por sua vez, está concentrada em uma fazenda em Paranaíba, com área total de quase 9 mil hectares, no Estado de Mato Grosso do Sul. São 7.100 hectares de pastagens que, ao final de 2012, reunia 10 mil cabeças de gado. As atividades de cria, recria e engorda são voltadas para o mercado doméstico e teve mais de 30 mil arrobas comercializadas em 2012.
Juntas, estas duas atividades, empregam quase 80 pessoas como força de trabalho (entre associados, trabalhadores temporários e terceirizados).


